quarta-feira, 11 de julho de 2012

Comissão eleva limite de compensação de prejuízo - (IRPJ E CSLL)


A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou ontem, em caráter terminativo, o projeto de lei que eleva de 30% para 50% o limite para a compensação dos prejuízos fiscais de exercícios anteriores com o lucro apurado no exercício corrente para efeito do Imposto de Renda. A elevação também vale para a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
O projeto, de autoria do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), segue agora para votação na Câmara. O novo limite de 50% só poderá ser utilizado nos exercícios de 2012, 2013 e 2014, de acordo com o projeto.
A Lei 9.065, de 1995, autorizou a empresa a utilizar o estoque de prejuízos acumulados para abater não mais do que 30% do lucro apurado no exercício corrente. Esse mecanismo é conhecido como "trava dos 30%". Os 70% do lucro restante são submetidos ao Imposto de Renda. Com o projeto aprovado pelo Senado, as empresas poderão utilizar o estoque de prejuízos para abater até 50% do lucro apurado. O novo limite de 50% para a compensação dos prejuízos também vale para a base de cálculo da CSLL, quando negativa.
Na justificativa de seu projeto, o senador Dornelles argumentou que "o maior aproveitamento do estoque de prejuízo fiscal reduzirá ainda mais o lucro real e a base de cálculo da CSLL a serem apurados naqueles anos, diminuindo o montante do tributo a ser pago e, consequentemente, a necessidade de capital de giro".
Inicialmente, o projeto de Dornelles pretendia amenizar os efeitos da crise econômica de 2008 sobre as empresas. Por isso, ele previa que a elevação da "trava" de 30% para 50% seria utilizada nos exercícios de 2010, 2011 e 2012.
O período foi alterado pelo senador Armando Monteiro (PTB-PE), relator do projeto na CAE. Com o apoio do líder do governo no Senado, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), o substitutivo apresentado por Monteiro diz que a elevação terá validade nos exercícios de 2012, 2013 e 2014.
Segundo Monteiro, embora o Brasil tenha suportado de forma satisfatória a crise de 2008, não deixa de ser atual a preocupação do projeto de Dornelles "dada a persistência de focos de turbulência, especialmente na chamada zona do euro, que ainda ameaçam a estabilidade econômica dos países emergentes". Em seu parecer, Monteiro diz que "qualquer movimento no sentido da desoneração é bem vindo, ainda que sob a forma de aceleração na compensação de prejuízos".
Fonte: Valor Econômico

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